sexta-feira, março 30, 2018
Um poeta, certa vez,
sem brilho - em sua embriaguez,
verteu mil versos verídicos,
trovou todos os cânticos,
e acenou ao ver a poesia o abandonar.
A crueza factual ali reinava,
nela parcimônia não se via
posto que no agora persistia
Estendeu-se no futuro a desandar.
Quis de novo seu lirismo,
desafinou versos sem rima,
Quando viu tenso a figura
e a ouviu clamar sincera
por seus olhos que em espera
convergiam àquele ser.
Estrábico em sua concentração,
também surdo - pouparia audição,
ouviu o som daquela voz
Que ressoou em sua vida
num estupor de girassóis
de sua dor a despedida
Sobrevivente refletindo ao sol,
Tal viés orgânico de luz,
Bem se viu ali se expôs,
A todo encanto vivo em prol.
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