terça-feira, agosto 13, 2013

Amores abissais

Um neurótico e falador de estranhas línguas, Em deslizes no obscuro asfalto, Sussurava. E era pra si que dizia, Que o mundo negado calava, Um palácio mental se erigia. Seus olhos aos gritos! Em vertigens desgovernantes, Bruxulearam ávidos! À luz de realidades sinestésicas. Calaram-se todas as bocas. Teus olhos nomearam-me. Delicioso o chão cedeu e fiz-me planta enraizada à profundeza cósmica de tua evanescência. As retinas... Cheias da mais pura fantasia. O absurdo... Impregnado à realidade. Que é surrealizável! Intransponível pela consciência.... E deste solo de apavorantes terremotos, Vejo o vôo pacífico de seres libertinos Decerto criações que orbitam o teu ser...

Vômito poético

A mente, em suas elocubrações
decola do real ruma ao simbólico
logo vê qual reino estóico
A universalidade, e suas reificações.

Frente a tal pluralidade
Em desconserto o indivisível se partiu
E a razão ainda em sua mocidade
Se foi levando a humanidade

Eles vêm trovando em meus versos
mentiras escondem seus fins
agora os clarões da razão tão escassos
só vertem presságios ruins.

E de novo aquela confusão cínica
nos sobrevêm sem igual, tão lírica,
E nos desvela em florescer atrofiado
Irradiando sobre nós o pecado.

Que ruas tão selvas!
Lixeiras, perigos, janelas!
Sobrevieram delírios solares
Da lua amarulada saudosos olhares
doces e febris entorpecendo-me a visão.

Assim permaneço refém da realidade
insolita e renitentemente vilipendiado
Sem medo trago as naus da liberdade
Pois na terra de Deus, fiz-me diabo.

E não há alma,
Senão a duras penas...